Alan Turing - "Sometimes it is the people no one imagines anything of who do the things no one can imagine"


“O que eu sou? Sou uma máquina ou um ser humano? Um herói de guerra ou um criminoso?”

(Alan Turing)

Talvez um dos maiores matemáticos, cripto-analista e gênios da história da humanidade. Foi um dos maiores salvadores de vidas na Segunda Guerra Mundial, com apenas cálculos matemáticos ele conseguiu decifrar a máquina criptográfica alemã, Enigma, dando vantagens extraordinárias para os Aliados durante 2 anos de guerra.

Se hoje existe uma sociedade relativamente livre, devemos essa liberdade à Turing, sem seu auxilio dificilmente os aliados teriam ganhado a guerra, ou se ganhassem, teriam muito mais perdas humanas.

Apesar de sua genialidade, de salvar mais de 14 milhões de inocentes na mais horrenda guerra durante toda a humanidade, Alan Turing foi tratado como monstro, criminalizado por um crime sem vítima e viveu os últimos dias de sua vida, recluso, incapaz de fazer o que mais amava. Como muito bem posto no website EN(CENA), Turing foi acusado por ser muito humano.

Alan era homossexual, uma prática que na época era considerada abominável e digna de prisão na Inglaterra, tais foram as sanções que decorreram na descoberta da homossexualidade de que ele  foi deposto de seu cargo de professor, humilhado por um tratamento de castração química e negado de participar de estudos e conferências na área acadêmica, principalmente na área de computação, biologia e matemática. 

Mais uma vez o Estado interferindo na vida dos cidadãos, como diria Murray Rothbard outra vez " um crime sem vítima".

Perdão? Pelo que? Peçam desculpas!



"Crime" que por grande insistência foi concedido o perdão pela rainha da Inglaterra. Como perdoar algo que nunca deveria ter sido crime? Não há necessidade de perdão e sim de retratação e pedido de desculpas pelos mais de 30 mil homossexuais castrados quimicamente pelo Estado só na Inglaterra.


Christopher Morcom e Alan Turing (1928) - Um amor criptográfico.
                    "Sometimes it is the people no one imagines anything of who do the things no one can imagine" (Christopher Morcom)


Alan teve uma adolescência de isolamento, seu único amigo era Christopher Morcom, também foi o seu primeiro amor. Ambos trocavam bilhetes cifrados nas aulas de matemática. 

No desenvolvimento emocional Christopher teve uma importância enorme nas principais ações do nosso gênio, tanto que a máquina que decifrou a Enigma tinha o nome de Christopher.

O lado de afastamento das pessoas parece ter vindo, segundo a ótica do filme, do constante processo de isolamento que ele vivia na escola, sendo resgatado por seu único amigo. Tal resgate parece acontecer várias vezes, mas em um sentido psicológico.

No final do filme isso fica muito claro, quando Turing diz que Christopher estava ficando cada vez mais inteligente, deixando a impressão que aquele primeiro amor Platônico ainda ressoava e dava forças para enfrentar não só os desafios da matemática, computação, criptografia, mas também os desafios que uma sociedade atrasada e intolerante impunham à ele.


Acho de extrema importância a história de Turing, pois ela mostra como nossa sociedade está longe de ser livre, não somos livres para falar, trocar e muito menos para amar. 





Alan Turing aos 5 anos.
Se a ciência da computação está avançada hoje, pense em como estaria se nosso gênio pudesse ter participado das conferências e reuniões?

Aproveito o post para iniciar uma série de artigos/vídeos sobre sistemas criptográficos e criptografia no geral.

Um ótimo filme que retrata a história de Turing é The Imitation, o filme conta a vida de Turing durante a Segunda Guerra, e durante lapsos temporais insere o passado de Turing, sua adolescência complicada e seu primeiro amor, Christopher Morcom, não deixando de fora a parte mais tocante do filme o triste final de Turing.


Assista o filme.
Livro que inspirou o filme.


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